Ronnie Lessa e suas revelações sobre os mandantes da morte de Marielle
A delação de Ronnie Lessa, ex-policial militar, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira, emerge de uma série de depoimentos gravados em vídeo e áudio, conforme divulgado pela TV Globo e GloboNews. Realizados no presídio federal de Campo Grande (MS), onde Lessa se encontra desde março de 2019, esses depoimentos trazem Lessa confessando encontros privados com os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Nesses encontros, Lessa relata ter sido informado sobre o interesse desses indivíduos em contratá-lo para executar o crime, detalhando aspectos do local e da duração da reunião, inclusive o momento em que se despediu dos mandantes com um aperto de mão.
Após aproximadamente três semanas dessas reuniões, Lessa cometeu o atentado contra Marielle Franco, voltando a encontrar-se com os mandantes após o crime, motivado pela comoção e repercussão nacional do caso. Ele expressou preocupação com a pressão da sociedade pela identificação dos assassinos, temendo ser descoberto.
Durante sua delação, Lessa revelou ter sido assegurado pelos mandantes que não haveria com o que se preocupar, pois a investigação então em curso não levaria a lugar algum, sugerindo um conhecimento privilegiado sobre os rumos da investigação.
Em agosto de 2023, movido pela colaboração de Élcio de Queiroz com as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, Lessa optou por falar. Ele expôs que os mandantes são integrantes de um influente grupo político no Rio de Janeiro, detalhando os encontros e apontando as motivações políticas por trás do crime. As informações foram levadas adiante pelas autoridades, que estão diligenciando para atribuir responsabilidades criminais aos envolvidos no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, encaminhando o caso ao STF em face da suspeita de envolvimento de parlamentares do Congresso Nacional.
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