Moraes autoriza Bolsonaro em cerimônia de despedida familiar
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu luz verde para que Jair Bolsonaro compareça ao velório de Leila Caran Costa, mãe do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Como se não bastasse a autorização, Moraes ainda permitiu que os dois conversem durante a cerimônia – um gesto que soa quase como um “constrangimento supervisionado”, já que ambos estão proibidos de contato direto desde fevereiro.
A decisão, descrita como “provisória”, não isenta Bolsonaro das restrições que já enfrenta. Moraes fez questão de sublinhar: “Ressalte-se o caráter provisório da presente decisão, que não dispensa o requerente do cumprimento das demais medidas cautelares a ele impostas.” Parece que o STF tem um talento peculiar para permitir, mas com ressalvas, não é mesmo?
Bolsonaro e Costa Neto foram colocados em isolamento mútuo por conta de uma investigação que apura um suposto plano de golpe de Estado. A situação ganhou novos contornos há duas semanas, quando a Polícia Federal indiciou ambos por tentarem uma “ruptura institucional”. Em meio a essa tempestade jurídica, Valdemar ainda tentou reverter a proibição antes das eleições municipais – mas, para variar, Moraes manteve firme a restrição.
Um episódio curioso ocorreu em agosto, quando Moraes exigiu que ambos explicassem se haviam comparecido juntos à convenção que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes à reeleição como prefeito de São Paulo. Uma insistência que, ao que parece, visa manter o “controle remoto” de suas interações.
Leila Caran Costa, mãe de Valdemar, faleceu na manhã de hoje, aos 99 anos. A causa da morte não foi divulgada pela família. Esposa do ex-prefeito de Mogi das Cruzes Waldemar Costa Filho, que faleceu em 2001, Leila foi primeira-dama do município e deixou sua marca como figura pública de respeito.
O velório acontece na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, e o sepultamento está programado para as 16h, no Cemitério São Salvador. Apesar das circunstâncias delicadas, a reunião de Bolsonaro e Valdemar certamente adiciona um tempero político a um momento de luto.
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