Plano de Lula para o Acordo Mercosul-UE Enfrenta Resistências Francesas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcará na próxima quinta-feira (5) para Montevidéu, no Uruguai, onde participará da 65ª Cúpula do Mercosul. A pauta principal da viagem inclui esforços para impulsionar a assinatura do aguardado acordo Mercosul-União Europeia, que visa, entre outros objetivos, a redução mútua de tarifas comerciais.
Apesar das expectativas geradas durante a Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro entre 18 e 19 de novembro, o avanço nas negociações com o Parlamento Europeu enfrentou forte resistência da França, mesmo após reuniões com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O discurso francês permanece como um obstáculo significativo para a conclusão do acordo.
Produtos Brasileiros e a Resistência Europeia
A polêmica sobre os produtos brasileiros no mercado europeu ganhou ainda mais destaque após declarações controversas de executivos de grandes empresas como Danone e Carrefour. A Danone indicou que não compraria mais soja brasileira alegando questões de sustentabilidade, enquanto o CEO do Carrefour criticou a qualidade da carne brasileira. Embora ambas as empresas tenham se desculpado posteriormente, esses episódios refletem a oposição de setores do agronegócio europeu, especialmente na França, aos produtos brasileiros.
Lula Mantém Otimismo Apesar das Críticas
Em um evento da Confederação Nacional da Indústria em Brasília, no dia 27 de novembro, Lula declarou que estava determinado a fechar o acordo, trabalho que, segundo ele, já dura 22 anos. O presidente afirmou que Ursula von der Leyen possui procuração para assinar o documento, e que espera concluir as negociações até o fim do ano.
Entretanto, o sucesso do acordo depende não apenas de consenso entre os países do Mercosul, mas também da aprovação do Parlamento Europeu. No bloco sul-americano, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a suspensa Venezuela, há expectativa de avanços no texto final durante a cúpula.
Milei e a Integração Regional
O presidente da Argentina, Javier Milei, já confirmou presença no encontro e demonstrou apoio ao acordo com a União Europeia. Segundo o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, a Argentina está disposta a apoiar tanto o Mercosul-UE quanto possíveis acordos de livre-comércio com os Estados Unidos.
Cooperação Regional e Desafios na Agenda
Além do acordo com a União Europeia, a cúpula também discutirá projetos de cooperação para integração regional e fará um balanço dos avanços obtidos durante a presidência do Uruguai no último ano. A reunião entre Lula e o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, na semana anterior, reforçou a relevância desses debates, embora obstáculos históricos continuem dificultando as negociações.
Esta será a primeira viagem internacional de Lula após o acidente doméstico em outubro, que o impediu de participar da Cúpula dos BRICS na Rússia. Apesar dos desafios, o presidente parece confiante em avançar nas negociações e enfrentar as resistências que dificultam a assinatura do acordo.
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