Política
Decisão de Hugo Motta pega todos de surpresa e causa tensão na Câmara

Ausência de Hugo Motta paralisa discussão sobre anistia e gera reação nos bastidores
A tramitação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro foi abruptamente interrompida após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixar o país em viagem ao exterior com a família. Segundo informações de bastidores, Motta comunicou aos líderes partidários que só retornará após o feriado da Páscoa.
Com a ausência do presidente da Casa, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), decidiu adiar a apresentação do requerimento de urgência da proposta. A expectativa é que o tema volte a ser discutido apenas na reunião de líderes agendada para o dia 24 de abril. A votação em plenário, por sua vez, está prevista apenas para o final do mês.
Mesmo com 258 assinaturas já coletadas — uma além do número mínimo exigido —, parlamentares do PL avaliam que não há segurança de que o requerimento será efetivamente pautado enquanto Motta estiver fora. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), responsável pela condução dos trabalhos neste período, já sinalizou que não tomará nenhuma decisão sobre o tema.
Além disso, sem a tradicional reunião de líderes marcada para esta quinta-feira (10), a Câmara funcionará em modo remoto durante a próxima semana. A decisão foi comunicada por Motta antes de sua saída, com a justificativa de manter a atividade mínima da Casa, sem avançar em pautas consideradas sensíveis.
Reação nos bastidores e acusações de conveniência política
A ausência de Hugo Motta em um momento estratégico gerou forte insatisfação entre parlamentares da oposição. O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou a postura do deputado, afirmando que ele evitou deliberadamente o encontro com representantes do PL para não se comprometer com o pedido de urgência.
Malafaia ainda acusou Motta de agir por interesse político e declarou que “a batata está assando” tanto para o presidente da Câmara quanto para seu pai, que é prefeito na Paraíba e foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta semana.
Oposição tenta manter apoio para votar urgência após retorno
A base de oposição esperava acelerar a tramitação da proposta por meio do regime de urgência, que permitiria levar o texto diretamente ao plenário, sem a necessidade de análise nas comissões temáticas. Com o adiamento, a nova estratégia é manter e ampliar o apoio político até o retorno de Hugo Motta ao comando da Casa.
A proposta de anistia é uma das principais pautas da base bolsonarista no Congresso. Seus defensores acreditam que, com o número de assinaturas já reunidas e a pressão popular demonstrada nas recentes manifestações, o requerimento de urgência será aprovado assim que for colocado em votação.
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