Trump pode enquadrar Comando Vermelho e GloboNews reage
Durante a edição de segunda-feira, 24, do programa Estúdio I, da GloboNews, a recente negociação do Estado do Rio de Janeiro com o governo dos Estados Unidos para combater o Comando Vermelho foi intensamente discutida. Os comentaristas Marcelo Lins e André Trigueiro expressaram preocupações com o “risco” de o presidente Donald Trump designar a facção criminosa como um grupo terrorista.
Marcelo Lins destacou o contexto mais amplo, referindo-se à decisão de Trump de nomear oito cartéis internacionais de drogas como organizações terroristas, uma medida que levou o governo mexicano a buscar proteção legal contra possíveis intervenções dos EUA. Lins explicou que tal classificação pode dar ao governo americano um pretexto para operações fora de seu território. “O Brasil se encaixa nesse quebra-cabeça”, disse ele.
Por sua vez, André Trigueiro falou sobre as complexidades da solicitação fluminense por cooperação americana, criticando a ironia da situação dado que muitas armas usadas por criminosos no Brasil vêm dos EUA. “Esse país [EUA] hoje reconhece certas organizações narcotraficantes como terroristas, o que é um risco”, comentou Trigueiro, adicionando que isso poderia justificar ações unilaterais dos EUA que ignorariam a soberania brasileira.
A discussão também tocou na colaboração de Elon Musk, conselheiro do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, com Trump. Trigueiro sugeriu que os interesses de ambos poderiam “desestabilizar” e “gerar tensão internacional”.
O debate sobre essa questão atingiu um pico quando um trecho das críticas de Trigueiro viralizou, gerando ampla reação nas redes sociais. Postagens variaram de críticas ao jornalismo da GloboNews à defesa da organização criminosa, ilustrando a polarização em torno do tema.
Kennia Wiswesser, jornalista, compartilhou um clipe do debate no Instagram que alcançou 116 mil visualizações e recebeu mais de mil comentários, muitos dos quais condenavam a postura de Trigueiro. Entre eles, Lourdes Maria Pesce acusou os comentaristas de “defenderem o crime”, enquanto Ivan Ramos criticou o nível de jornalismo praticado, chamando-o de “inacreditável”.
Um usuário chamado Ricardo Meira sugeriu que os comentários de Trigueiro deveriam ser analisados pelos advogados de Trump, destacando a gravidade com que algumas partes da audiência perceberam as implicações das declarações.
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