Gleisi Hoffmann confronta Tarcísio de Freitas e Bolsonaro
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, contestou as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), feitas durante um ato pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro, no último domingo (16). O evento, organizado pelo ex-presidente, teve como foco o pedido de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e serviu como uma demonstração de força política antes do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o discurso, Tarcísio criticou o governo Lula, utilizando o aumento do custo de vida como argumento para defender a volta de Bolsonaro. “Se está tudo caro, volta Bolsonaro. Nós vamos libertar o país da esquerda que tanto maltrata o Brasil”, declarou o governador.
Em resposta, Gleisi Hoffmann afirmou que Bolsonaro teme ser preso e ressaltou que Lula sempre respeitou os resultados eleitorais. “O presidente Lula disputou seis eleições ao Planalto. Quando não venceu, respeitou o resultado, não tramou golpes nem atacou as instituições. Quando foi eleito, mudou o Brasil para melhor (e segue mudando). Não é Lula que tem medo de perder, governador Tarcísio. É Bolsonaro que tem medo da prisão”, escreveu a ministra nas redes sociais.
O embate ocorre às vésperas do julgamento no STF que pode transformar Bolsonaro e outros 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em réus por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. A análise do caso terá início em 25 de março.
A proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro é uma das principais pautas de Bolsonaro e seus aliados. O projeto que prevê essa medida segue parado no Congresso e depende de uma decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para ser colocado em votação. Nos bastidores, a anistia é vista como uma possível proteção para Bolsonaro diante das investigações em curso.
Mesmo sendo apontado por setores da direita como um potencial sucessor de Bolsonaro em 2026, Tarcísio tem evitado assumir essa posição publicamente. O governador já sinalizou a aliados que não pretende contrariar Bolsonaro nem deixar o governo paulista antes de uma definição clara sobre a candidatura do ex-presidente.
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