Julgamento de Bolsonaro: Estratégia ou Precaução?

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que espera que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, por uma suposta tentativa de golpe, ocorra apenas em 2025. A justificativa para o adiamento seria evitar possíveis “tumultos” no cenário político de 2026, um ano marcado por eleições. A declaração foi dada durante entrevista ao portal Brasil Confidencial na última segunda-feira (20).

Mendes defendeu que o processo não deve ser prolongado, mas indicou que, caso novos nomes sejam implicados, as denúncias poderão ser apresentadas de forma fatiada. O magistrado elogiou a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF), classificando-a como “extremamente bem-feita” e destacando que o trabalho “impressiona pela profundidade”.

No entanto, o desfecho ainda depende da Procuradoria-Geral da República (PGR). O relatório da PF segue sob análise do procurador-geral Paulo Gonet, que deverá decidir entre denunciar os investigados, arquivar o caso ou solicitar novas apurações.

Passaporte Bloqueado: Medida Necessária ou Excesso de Rigor?

Outro ponto abordado por Gilmar Mendes foi a decisão de Alexandre de Moraes, também ministro do STF, de negar a devolução do passaporte de Bolsonaro. A medida impediu que o ex-presidente viajasse aos Estados Unidos para acompanhar a posse de Donald Trump. Moraes alegou que havia risco de tentativa de evasão por parte de Bolsonaro para escapar da aplicação da lei penal.

Gilmar Mendes defendeu a prudência da decisão de Moraes. Segundo ele, o momento é delicado, com a possibilidade de uma denúncia iminente no caso. “Estamos às vésperas de um eventual oferecimento de denúncia nesse tema, que é extremamente sensível. Ele [Moraes] preferiu não correr riscos”, avaliou.

Enquanto isso, Bolsonaro segue sob uma série de restrições legais e permanece no centro do debate jurídico e político. O desfecho do julgamento promete acirrar ainda mais os ânimos entre apoiadores e críticos do ex-presidente, consolidando 2025 como um ano decisivo para o cenário político nacional.

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