Fechamento de lojas Americanas em SP evidência crise financeira e judicial
A gigante varejista Americanas, em meio a seu processo de recuperação judicial, voltou a encerrar unidades na capital paulista no início de 2025. A diretoria optou por fechar pelo menos cinco filiais localizadas em bairros estratégicos de São Paulo, como Vila Mariana, Mooca, Tatuapé, Perdizes e Consolação.
Apesar de estar em recuperação judicial há dois anos, a empresa não ofereceu explicações para a escolha desses pontos de venda ou para os critérios que levaram ao fechamento. Segundo um relatório do administrador, não houve encerramentos na semana anterior ao Natal, e todas as 1.676 lojas da rede continuam operacionais.
Além das recentes demissões, o documento aponta a contratação de 394 novos funcionários, totalizando 34.939 colaboradores formais ao final de 2024. Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, a Americanas desativou 78 lojas, destacando um movimento estratégico para cortar operações não lucrativas.
Essa redução nas operações está parcialmente ligada à valorização momentânea das ações da Americanas. No final de dezembro, as ações AMER3 tiveram alta de 20%, sendo cotadas a R$ 6,20, embora tenham recuado para R$ 5,55 no início do ano. Analistas observam que a redução de lojas tem impactado positivamente o desempenho das ações, apesar do cenário de crise.
A crise financeira da Americanas remonta à descoberta de um esquema de fraude contábil superior a R$ 20 bilhões. Após assumir a presidência em janeiro de 2023, Sergio Rial descobriu irregularidades e pediu demissão, marcando o início de um escândalo financeiro. O ex-CEO Miguel Gutierrez, acusado de articular o esquema, teve prisão decretada e fugiu do país, tendo seu mandado revogado em agosto de 2024.
Atualmente, Leonardo Coelho lidera a empresa, focado em reduzir perdas e gerar caixa por meio da venda de subsidiárias, como Natural da Terra e Uni.co, numa tentativa de estabilizar a situação financeira da rede.
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