Haddad sob críticas por condução econômica
Horácio Lafer Piva, ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fez duras críticas à política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante entrevista à Folha de S. Paulo. Piva não poupou palavras ao afirmar que o ministro adota uma abordagem que ele define como “negacionismo econômico”, distanciando-se dos princípios básicos da economia.
“Estamos diante de um enorme constrangimento fiscal”, declarou Piva, referindo-se aos gastos públicos crescentes. Segundo o economista, a falta de um plano estratégico claro por parte do governo cria incertezas no mercado, enfraquecendo a confiança dos investidores e prejudicando o ambiente de negócios.
Reforma tributária e lobbies prejudiciais
Um dos pontos mais contundentes da entrevista foi a crítica à reforma tributária. Piva destacou a ausência de clareza e previsibilidade quanto aos impactos dessa reforma sobre o setor produtivo. “A reforma começou com boas intenções, mas está sendo desidratada por interesses e lobbies de baixa qualidade, tanto empresariais quanto governamentais”, apontou.
Piva também destacou que o arcabouço fiscal do governo foi prejudicado por essas interferências, comprometendo a estrutura necessária para equilibrar as contas públicas. Em tom irônico, afirmou: “Brasília parece que, às vezes, não vive no Brasil”.
Economia desarticulada e políticas populistas
Para o ex-presidente da Fiesp, o governo adota políticas populistas e de curto prazo que podem gerar impactos econômicos graves, colocando em risco a recuperação econômica do Brasil. Ele enfatizou que a busca pelo equilíbrio fiscal parece desarticulada e carece de coordenação dentro da própria equipe econômica.
Piva criticou a falta de diálogo com setores fundamentais, como o financeiro e o produtivo. “Existem formas de estabelecer um relacionamento mais eficaz com fundos e investidores. O governo precisa de uma nova abordagem para essa interlocução”, sugeriu.
Investimentos em queda e incertezas no futuro
A conclusão de Piva foi um alerta: as empresas têm optado por reduzir dívidas em vez de realizar novos investimentos. “Estou preocupado. O cenário está piorando, e o humor no mercado não reflete as declarações otimistas do presidente”, afirmou.
O economista enfatizou que a confiança dos investidores é essencial para o crescimento sustentável e criticou o governo por não priorizar medidas que estimulem o ambiente de negócios. “Sem confiança e previsibilidade, o país não avança”, finalizou.
Leia Também:
- Dólar quebra recorde e pressiona Haddad: planalto exige ação de Lula
- Daniela Lima afirma que um perfil de fake news influenciou a alta do dólar
📢 RECEBA NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO DIRETAMENTE NO SEU WHATSAPP. 👈