Política

Proposta do governo Lula de desconto de 50% nas multas da Lava Jato é aceita por empreiteiras condenadas por corrupção

Empreiteiras Aceitam Proposta de Lula para Redução de Multas da Lava Jato

As empreiteiras condenadas por corrupção na operação Lava Jato decidiram aceitar a proposta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que sugere um desconto de cerca de 50% nas multas devidas pelos acordos de leniência. Segundo informações da CNN Brasil, a aceitação veio “com ressalvas”, abrindo espaço para novas negociações nos próximos 30 dias, especialmente quanto ao fluxo de pagamento restante.

Os pontos ainda pendentes, como o cronograma de pagamentos e o índice de correção das dívidas, estão em destaque nas discussões. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU), que estão no centro das negociações, já acordaram a não cobrança de juros por inadimplência, optando pela aplicação da taxa Selic para a correção dos saldos devedores. Em contrapartida, as empreiteiras buscam a adoção do IPCA como índice de correção, alegando uma adequação mais justa à realidade econômica atual.

Com a aprovação dos acordos de leniência, essas empresas puderam retomar a participação em licitações públicas, apesar de terem reconhecido práticas ilícitas anteriormente. No entanto, citam uma queda significativa em seu faturamento nos últimos anos como justificativa para a revisão dos termos de pagamento originalmente estabelecidos.

A CGU e a AGU propuseram considerar os prejuízos fiscais acumulados das empreiteiras, que incluem créditos tributários de deduções não utilizadas do Imposto de Renda, visando facilitar o pagamento de até 50% do saldo devedor.

Este movimento por parte do governo Lula levanta preocupações sobre a consistência e a eficácia na luta contra a corrupção, já que grandes somas devidas à União permanecem em negociação. Além disso, a flexibilidade nas negociações com empreiteiras historicamente envolvidas em corrupção pode ser vista como um sinal de leniência diante de práticas ilícitas graves, comprometendo a credibilidade das instituições responsáveis pela justiça e pela integridade administrativa no Brasil.

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