Dólar sobe e ultrapassa novamente o patamar de R$ 5,80
O dólar abriu a semana em alta nesta segunda-feira (11), cotado a R$ 5,8044, subindo 1,17% frente ao real. A elevação ocorre em um contexto de apreensão no mercado, com investidores focados nas contas públicas e no aguardado pacote de corte de gastos que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem prometendo desde o fim das eleições municipais. A falta de um anúncio concreto, mesmo após uma semana intensa de reuniões, tem alimentado a desconfiança de investidores que buscam proteger seus recursos, impulsionando a valorização da moeda americana.
Especialistas advertem que o atraso na apresentação de medidas de austeridade pode agravar ainda mais a reação do mercado, gerando instabilidade e, por consequência, maior alta do dólar. Até o momento, o governo sinalizou que o pacote incluirá propostas legislativas, o que exige apoio do Congresso. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula apresentará o plano aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.
O Banco Central (BC) também contribuiu para a cautela dos investidores ao divulgar nesta manhã o resultado do setor público consolidado de setembro, revelando um déficit primário de R$ 7,34 bilhões. No entanto, a dívida pública apresentou ligeira queda, passando a 78,3% do PIB. A divulgação de números como esses reforça a urgência do plano de austeridade para reequilibrar as contas e retomar a confiança do mercado.
Enquanto aguardam uma posição definitiva do governo, os investidores observam também o desempenho do Ibovespa. Na última sexta-feira (8), o índice fechou em baixa de 1,43%, atingindo 127.830 pontos, o menor nível desde agosto. O acumulado do Ibovespa no ano aponta uma retração de 4,74%, refletindo um cenário de incertezas e retração na confiança.
Analistas de mercado alertam que, sem ações efetivas de controle fiscal, a tendência é de continuidade na pressão sobre o dólar, o que impacta diretamente nos preços internos e na inflação. A expectativa é que o governo apresente medidas concretas que possam garantir o cumprimento do arcabouço fiscal e estabilizar o ambiente econômico. A apresentação do plano ainda nesta semana será fundamental para atenuar a desconfiança e criar um cenário mais estável, tanto para a moeda quanto para o mercado de ações.
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