Recorde histórico na saída de dólares em dezembro
O fluxo cambial do Brasil atingiu um patamar alarmante em dezembro, com uma saída líquida de 24,314 bilhões de dólares (R$ 150,91 bilhões), segundo dados preliminares divulgados pelo Banco Central na última quinta-feira (2). Trata-se do maior montante registrado desde o início da série histórica da autarquia, em 2008.
Anteriormente, o recorde de saída de dólares havia ocorrido em dezembro de 2019, quando o fluxo foi negativo em 17,612 bilhões de dólares (R$ 109,32 bilhões, considerando a cotação atual). Esse aumento expressivo reacende debates sobre os desafios econômicos enfrentados pelo país no cenário global.
De acordo com o relatório, o canal financeiro foi o principal responsável pelo saldo negativo em dezembro, com uma saída líquida de 26,042 bilhões de dólares (R$ 161,65 bilhões). Esse número reflete operações que incluem investimentos estrangeiros diretos, remessas de lucros, pagamento de juros e outros fluxos financeiros.
O total de vendas realizadas nesse segmento foi de 81,776 bilhões de dólares (R$ 507,62 bilhões), enquanto as compras somaram 55,734 bilhões de dólares (R$ 345,97 bilhões).
Apesar da intensa fuga de capital financeiro, o saldo no comércio exterior trouxe um respiro para os números gerais, fechando em terreno positivo com 1,728 bilhão de dólares (R$ 10,67 bilhões).
- Exportações: 21,156 bilhões de dólares (R$ 131,22 bilhões)
- Importações: 19,428 bilhões de dólares (R$ 120,55 bilhões)
Esse resultado foi impulsionado por uma performance sólida das exportações, que superaram as importações, contribuindo minimamente para amenizar o saldo final.
A saída recorde de dólares em dezembro levanta preocupações sobre os impactos na estabilidade econômica, como pressões sobre o câmbio, redução de reservas internacionais e maior volatilidade no mercado financeiro. Especialistas apontam para a necessidade de medidas que restabeleçam a confiança de investidores, sobretudo no contexto de incertezas econômicas globais e nacionais.
Os números de dezembro refletem um momento crítico para a economia brasileira, com saídas recordes que desafiam a gestão financeira do país. O cenário exige atenção redobrada para evitar impactos de longo prazo e promover um ambiente mais atrativo para o capital estrangeiro.
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