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China compra 200 mil toneladas de soja dos EUA após governo Lula taxar exportações
Novas taxas de exportação do governo Lula favorecem produtores de soja norte-americanos
A recente implementação da Medida Provisória (MP) 1.227 pelo governo brasileiro, que impõe taxas adicionais sobre as exportações para financiar a desoneração da folha de pagamentos em diversos setores, provocou um encarecimento significativo da soja brasileira no mercado internacional. Desde a última terça-feira, a China redirecionou suas aquisições de soja, comprando mais de 200 mil toneladas do produto dos Estados Unidos, conforme relatórios divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA.
Esta MP surge como um esforço para manter o equilíbrio fiscal diante das desonerações fiscais que beneficiam 17 setores vitais da economia brasileira. No entanto, a imposição repentina dessa taxa sobre os exportadores de soja elevou os custos de produção, que inevitavelmente são repassados ao preço final do produto. Essa elevação de custos reduziu a competitividade da soja brasileira, abrindo espaço para que a soja americana, livre de tais imposições fiscais, ganhasse preferência no mercado chinês.
Com a soja brasileira mais cara, a China, um dos maiores consumidores globais do produto, optou pela alternativa mais econômica oferecida pelos Estados Unidos, que não enfrentam o mesmo ônus tributário sobre suas exportações. Esta mudança estratégica de um dos principais mercados importadores de soja pode significar um revés significativo para o setor agrícola brasileiro.
Diante desta repercussão negativa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou a possibilidade de revisão desta política, conforme apontam fontes da agência Bloomberg. Esta informação surge em um contexto onde a Abiove, entidade que representa grandes comerciantes de produtos agrícolas como Archer-Daniels-Midland Co., Bunge Global SA, Cargill Inc., e Louis Dreyfus Co., já havia previamente alertado para os potenciais riscos econômicos advindos da MP.
A repercussão da medida também causou preocupações entre traders e investidores no mercado financeiro, que reagiram com cautela retirando ou reduzindo suas posições em commodities brasileiras. Paralelamente, os Estados Unidos relataram um aumento nas vendas de milho para destinos não especificados, movimento este atribuído às mudanças na política tributária brasileira.
Adicionalmente, a MP, rotulada criticamente como “MP do Fim do Mundo” por setores do comércio, serviços, biodiesel e saúde, enfrenta oposição no Congresso Nacional. A União Nacional das Entidades do Comércio e Serviço (Unecs) manifestou repúdio à medida, citando a criação de incertezas jurídicas e econômicas que compeliriam as empresas a buscar alternativas custosas para cumprir suas obrigações fiscais. A MP, que possui força de lei, necessita de aprovação legislativa dentro de um prazo de 120 dias para se manter válida.
As implicações desta política tributária abrupta são vastas, afetando não apenas a competitividade internacional da soja brasileira, mas também o clima de investimentos e o desenvolvimento econômico do país, conforme destacado por entidades como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) em nota conjunta.
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