Brasil e Argentina assinam acordo revolucionário para importação de gás

Brasil investe em gás Argentino para impulsionar reindustrialização

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, concretizou nesta segunda-feira um passo significativo nas relações energéticas entre Brasil e Argentina. Um memorando de entendimento foi assinado visando a importação de gás natural do campo de Vaca Muerta, situado na Argentina. Este acordo estabelece um fornecimento inicial de 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia a partir de 2025, com o objetivo de expandir para 10 milhões de metros cúbicos diários nos anos subsequentes até 2028.

A decisão vem em um momento estratégico para o Brasil, que projeta uma crescente demanda por gás natural, estimada em 30 milhões de metros cúbicos diários até 2030. A importação do gás de Vaca Muerta é vista como uma peça fundamental para reforçar a oferta interna e suportar a reindustrialização nacional, fomentando setores como os de fertilizantes, vidro, cerâmica e petroquímicos.

Apesar das expectativas positivas, o memorando ainda deixa em aberto a questão da rota de transporte do gás. Diversas alternativas estão em análise, incluindo a inversão do fluxo do gasoduto Gasbol, que atualmente conecta a Bolívia ao Brasil, e outras rotas possíveis através do Paraguai, Uruguai, ou a conversão do gás para GNL (gás natural liquefeito), permitindo seu transporte por navios ou caminhões.

No entanto, o uso da técnica de fraturamento hidráulico, ou “fracking”, para a extração de gás em Vaca Muerta levanta preocupações ambientais. Essa prática, que pode contaminar solos e recursos hídricos, é proibida no Brasil, e sua adoção pela Argentina pode gerar tensões e críticas, tanto no cenário doméstico quanto internacional, desafiando os compromissos ambientais previamente estabelecidos pelo governo brasileiro.

O acordo, portanto, representa um equilíbrio delicado entre as necessidades energéticas e as responsabilidades ambientais, colocando em perspectiva a sustentabilidade das práticas energéticas adotadas pelo Brasil no cenário global.

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