Canadá: Boxeadora Opta por Não Lutar Após Descobrir que Rival Era Trans

Decisão de Boxeadora de Não Enfrentar Rival Trans em Luta

No cenário esportivo canadense, um caso recente chamou a atenção durante o Campeonato Provincial Golden Glove de 2023. A boxeadora Katia Bissonnette, originária de Saguenay, tomou a decisão de não participar do combate ao descobrir que sua adversária, Mya Walmsley, era uma atleta transexual. Este acontecimento ocorreu em Victoriaville, Quebec, gerando repercussões significativas no meio esportivo.

A informação sobre a identidade de gênero de Walmsley foi revelada a Bissonnette apenas uma hora antes do início da luta. Diante dessa circunstância, a boxeadora optou por se retirar do evento. Como consequência direta de sua ausência, Walmsley foi declarada vencedora por omissão, dado que a organização do torneio não conseguiu encontrar uma substituta a tempo para competir na mesma categoria de peso.

Em suas declarações, Bissonnette expressou preocupações sobre os riscos físicos e psicológicos que, segundo ela, poderiam ser impostos às mulheres devido às decisões pessoais e de identidade de um homem. Ela defendeu a ideia de que as categorias no boxe deveriam ser estritamente baseadas no sexo biológico dos competidores, propondo uma separação entre homens biológicos e mulheres biológicas.

A atleta fez referência a um estudo da Universidade de Utah, que aborda a diferença de força entre homens e mulheres, destacando que homens podem desferir socos com uma força significativamente maior. Este argumento foi um dos pilares de sua decisão de não participar da luta.

A Boxing Canadá, por sua vez, segue uma política de não divulgar a identidade de lutadores trans que tenham passado pela transição de gênero antes da puberdade. Esta política se baseia em estudos que apontam uma redução da força masculina em indivíduos que usam bloqueadores hormonais desde a juventude.

Walmsley, nascida na Austrália, até o presente momento não havia competido contra mulheres. Não há informações disponíveis sobre a idade em que ela passou pela transição de gênero. Essa incerteza foi um dos fatores que influenciaram Bissonnette a desistir da luta.

Em resposta à decisão de Bissonnette, Walmsley expressou sua insatisfação, acusando-a de preconceito. Ela enfatizou os riscos de exclusão e ataques pessoais que atletas podem sofrer devido a rumores e acusações infundadas. Walmsley também criticou as exigências de testes de níveis de testosterona para atletas trans, classificando-os como “arbitrários e invasivos”.

O Comitê Olímpico Internacional já havia estabelecido regras permitindo que mulheres trans participem de competições femininas, desde que cumpram certos requisitos relativos aos níveis de testosterona. No entanto, Walmsley não realizou esses testes e questionou a validade e a necessidade de tais procedimentos.

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