Bolsonaro resume a delação de Mauro Cid em uma palavra
Na última quarta-feira, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, pronunciou-se acerca das recentes acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR), classificando a delação de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, como “tortura”. Esta declaração surgiu logo após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ter tornado públicos os depoimentos de Cid e determinado um prazo de 15 dias para que Bolsonaro e os outros 33 acusados apresentem sua defesa em relação às alegações de uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula.
Nos documentos agora acessíveis, destacam-se trechos de uma audiência de novembro de 2024, onde Moraes pressionou Cid a declarar a verdade, na presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Bolsonaro apontou que as gravações liberadas evidenciam uma coerção ao seu ex-colaborador. “A delação do Cid foi uma tortura. As ameaças a ele por Alexandre de Moraes, atingindo até sua família, evidenciam isso claramente,” disse Bolsonaro.
A controversa delação de Mauro Cid fundamentou a maior parte da investigação que culminou na denúncia de 34 pessoas. Antes da liberação completa dos documentos, os advogados dos acusados criticavam o restrito acesso às evidências. Com a liberação, Moraes justificou que manter o sigilo já não era necessário, pois não representava risco ao colaborador ou ao progresso das investigações.
Reiteradamente, Bolsonaro negou qualquer participação em um esquema golpista no final de 2022, questionando a lógica das acusações. “Não apoiei nem houve tentativa de golpe. Como poderia tentar um golpe contra mim mesmo, estando no poder?” questionou, refletindo sobre as discussões de um possível estado de sítio e de defesa, os quais ele considera como “remédios constitucionais”.
A acusação da PGR sugere que Bolsonaro poderia ter cometido crimes como liderança de organização criminosa armada, tentativa de golpe, violação do estado democrático de direito, e dano ao patrimônio público. Atualmente, o ex-presidente enfrenta várias restrições judiciais, incluindo a retenção de seu passaporte, o que o impediu de assistir à posse do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início deste ano.
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