Advogado de Marçal classifica como “erro fatal” a publicação de laudo contra Boulos
Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o advogado de Pablo Marçal, candidato pelo PRTB, revelou ao jornal O Globo que nem o corpo jurídico da campanha, nem o partido, foram consultados antes da publicação do laudo envolvendo o adversário Guilherme Boulos (PSOL). Segundo o advogado, que preferiu não se identificar, a ação de Marçal foi um “erro fatal”. “Devia ter consultado o jurídico”, afirmou o jurista, acrescentando que agora analisa como conduzir a defesa do candidato.
Na sexta-feira, 6 de outubro, Marçal divulgou um laudo afirmando que Boulos, em 2021, teria procurado uma clínica apresentando sinais de surto psicótico e testado positivo para cocaína. A publicação foi removida pouco tempo depois. A Justiça Eleitoral, entretanto, decidiu suspender as contas do candidato do PRTB nas redes sociais.
Na madrugada do sábado, 5 de outubro, uma força-tarefa do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo se reuniu para verificar a autenticidade do laudo. Os peritos determinaram que o documento era falsificado. Isso desencadeou uma nova investigação, colocando Marçal sob investigação pela Polícia Federal.
Marçal é alvo de investigação por quatro crimes eleitorais
Após a divulgação do laudo, a Justiça Eleitoral determinou à Polícia Federal a instauração de um inquérito para investigar o caso. De acordo com a Justiça, Marçal teria cometido, em tese, quatro crimes eleitorais. São eles:
- Divulgação de fatos inverídicos contra candidatos ou partidos, com potencial para influenciar o eleitorado, cuja pena pode variar de 2 meses a 1 ano de prisão.
- Difamação de adversários em propaganda eleitoral, com pena de 3 meses a 1 ano.
- Falsificação de documento particular para fins eleitorais, com pena de até 5 anos de prisão.
- Uso de documento falsificado com fins eleitorais, também com pena de até 5 anos de prisão.
Consequências para a campanha de Marçal
As ações de Marçal tiveram impacto direto na sua campanha para a Prefeitura de São Paulo. Além de enfrentar possíveis sanções criminais, o candidato agora lida com a suspensão de suas redes sociais e a necessidade de reformular sua estratégia de comunicação. O caso também levanta questões sobre a autenticidade e o uso de informações na corrida eleitoral, trazendo à tona os riscos legais envolvidos em estratégias de ataque político.
A condução do processo pela Justiça Eleitoral e pela Polícia Federal determinará o futuro da campanha de Marçal, enquanto ele se defende das acusações de falsificação e difamação.
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