PIX para Bolsonaro: Admar Gonzaga, Ex-Ministro do TSE, não Descarta Repetir o Ato
Em uma entrevista reveladora concedida ao Estadão, Admar Gonzaga, respeitado advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou sem hesitação que não se preocupa com o uso que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) possa fazer dos R$ 17,1 milhões arrecadados via PIX. Gonzaga enfatizou que Bolsonaro tem autonomia para administrar os recursos “da forma como ele bem entender”.
Essa significativa arrecadação, que consta no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à CPMI em 8 de janeiro, foi gerada por 18 indivíduos, que variam desde empresários e militares até agricultores, pecuaristas e estudantes. Cada um contribuiu com valores entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, sendo Gonzaga um desses doadores, com sua contribuição pessoal de R$ 5 mil.
Amigo de longa data do ex-presidente e defensor do filho deste, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), em um caso legal no início da carreira política de Carlos, Gonzaga se mostra indiferente quanto ao pagamento das multas de Bolsonaro com o Estado de São Paulo. Apesar da arrecadação substancial, Bolsonaro ainda tem pendências na Secretaria de Saúde do Estado, totalizando uma dívida superior a R$ 1 milhão. Contudo, para Gonzaga, isso não é uma preocupação.
Em suas palavras, Gonzaga defende: “Ele vai pagar na hora que ele entender que esgotou os recursos judiciais cabíveis como qualquer cidadão. Eu não estou preocupado se ele vai pagar a multa, se não vai pagar a multa”. Sua preocupação reside na quebra de sigilo, que considera um retrocesso no Estado Democrático de Direito. Ele defende o direito de fazer doações pessoais a quem admira, sendo isto um ato que já realizou diversas vezes ao longo de sua vida.
Gonzaga também esclarece que não se arrepende de ter feito a transferência via PIX para Bolsonaro, mesmo que o ex-presidente tenha optado por investir o dinheiro em fundos de renda fixa, ao invés de quitar suas multas. Na opinião do ex-ministro, Bolsonaro agiu com responsabilidade ao buscar a remuneração do dinheiro em um país que enfrenta uma inflação galopante e incertezas econômicas.
Quanto ao questionamento de se Bolsonaro deveria devolver os valores depositados, Gonzaga é enfático ao dizer que o ex-presidente deve manter e utilizar o dinheiro conforme suas necessidades. “Eu não estou cobrando a atuação dele com relação ao dinheiro. Acho que ninguém que fez um depósito está preocupado com isso. Eu, pelo menos, não estou”, finaliza Gonzaga.
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