ONG ligada a Alcolumbre e Randolfe recebeu R$ 3 milhões em emendas
A Controladoria-Geral da União (CGU) está investigando uma ONG que recebeu R$ 3 milhões em emendas parlamentares destinadas pelos senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Randolfe Rodrigues (PT-AP). Os recursos, que supostamente beneficiariam eventos culturais no Amapá, agora estão no centro de um escândalo envolvendo suspeitas de sobrepreço, falta de transparência e ausência de critérios claros para a seleção da entidade beneficiada.
A ONG, conhecida como Instituto de Gestão em Desenvolvimento Social e Urbano (Inorte), foi escolhida para promover festivais em cidades do estado, mas a CGU apontou que a organização não possuía capacidade técnica para executar os projetos contratados.
Fundado em 2005 como uma associação de empreendedores evangélicos, o Inorte inicialmente oferecia assistência a crianças e adolescentes. No entanto, em 2021, a instituição passou por uma reformulação completa, alterando sua composição, endereço e atividades econômicas. Hoje, declara atuar em 20 áreas distintas, que vão desde a produção de filmes até o aluguel de equipamentos para eventos – uma diversidade de atividades que levanta ainda mais dúvidas sobre sua real capacidade de execução.
Entre os recursos investigados, destacam-se os R$ 850 mil de Randolfe Rodrigues, utilizados para financiar o aniversário de Oiapoque e a Festa de São Tiago, em Mazagão. A CGU constatou que a seleção do Inorte foi realizada sem concorrência pública, violando normas de contratação. Para agravar a situação, a ONG terceirizou todas as atividades contratadas, envolvendo empresas com vínculos diretos a seus membros.
Um exemplo gritante foi a contratação de serviços jurídicos oferecidos por uma advogada já ligada à entidade, enquanto um dos sócios de outra empresa contratada era também diretor financeiro do instituto. Os preços cobrados, segundo a CGU, apresentaram um sobrepreço de quase 194% em serviços de consultoria e gestão de projetos.
As emendas de Davi Alcolumbre também não ficaram de fora do escrutínio. A Prefeitura de Santana recebeu R$ 1,2 milhão para o evento “Viva Santana 2023”. A CGU identificou que o município não abriu prazos adequados para a apresentação de propostas de outras entidades, comprometendo a concorrência. Outro R$ 1 milhão foi destinado ao Festival de Verão, repetindo os mesmos erros de planejamento.
Davi Alcolumbre, por meio de sua assessoria, afirmou que nunca direcionou emendas diretamente para ONGs ou institutos, mas sim para governos municipais e estaduais. Randolfe Rodrigues também negou qualquer ligação direta com a ONG, enfatizando que os eventos financiados são de caráter público e ocorreram dentro da legalidade.
Já o Inorte justificou os custos elevados com base nos desafios logísticos da região amazônica. A Prefeitura de Santana, por sua vez, declarou que todas as contratações seguiram critérios técnicos e planejamento público.
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