Moraes alerta para estratégias de grupos extremistas que “corroem” o sistema por dentro

Durante o evento “STF em Ação”, promovido pelo Instituto de Estudos Jurídicos e Aplicados, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, compartilhou uma análise sobre a evolução dos chamados “grupos extremistas” ao longo das décadas. Segundo ele, enquanto os grupos das décadas de 1940 e 1950 optavam por confrontos diretos contra o sistema, os atuais desenvolveram táticas mais sofisticadas para enfraquecê-lo internamente. A fala, cheia de alfinetadas, ocorreu nesta quinta-feira, dia 12.

Com ares de especialista em “extremismo contemporâneo”, Moraes ainda apontou o que chamou de um novo populismo de “extrema direita”. Segundo ele, esses movimentos aprenderam com os erros dos antigos regimes nazistas e fascistas, preferindo agora uma abordagem sutil: “Em vez de atacarem o sistema, vêm corroendo o sistema por dentro”, declarou o ministro, com uma serenidade quase teatral.

Ainda em sua exposição, Moraes aproveitou o palco para reforçar a importância de separar a política das instituições de Estado. Para ele, misturar órgãos como as Forças Armadas, as polícias, o Judiciário e o Ministério Público em questões eleitorais é um “tiro no pé”. Com um tom professoral, concluiu: “Vimos que não deu certo.” A declaração, embora direta, parecia carregar um recado a quem insistir em questionar estruturas já abaladas.

Na véspera, o ministro Luiz Fux não poupou elogios a Alexandre de Moraes durante uma sessão do STF que discutia a regulação das redes sociais no Brasil. A cena, digna de um roteiro dramático, incluiu críticas à lucratividade de conteúdos considerados negativos nas plataformas digitais.

“Tratamento honesto e urbano não dá dinheiro e notícia”, disparou Fux, citando um acadêmico. O ministro não economizou nas palavras ao descrever o que considera práticas deploráveis nas redes, como bullying, stalking e intrigas, as quais, segundo ele, “rendiam mais” do que a verdade. No embalo das críticas, Fux exaltou a atuação de Moraes na regulação das redes, chamando-o de “incansável” e descrevendo sua luta como “gloriosa e exitosa”.

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