Política
Justiça Desmascara Irregularidades da PF no Caso Anderson Torres: Veja os Detalhes
Justiça Determina Irregularidades da PF no Processo Contra Anderson Torres
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu o processo disciplinar instaurado pela Polícia Federal (PF) contra o ex-ministro Anderson Torres, relacionado aos eventos do 8 de janeiro. A decisão, emitida na noite de terça-feira (8), destacou que a PF cometeu irregularidades e ignorou o devido processo legal durante a investigação interna.
No ano passado, a Polícia Federal deu início a um processo administrativo disciplinar para investigar supostas falhas de Anderson Torres, incluindo acusações de negligência e omissão. Contudo, o TRF-1 decidiu que a apuração não deveria ter sido conduzida pela PF, órgão ao qual Torres pertence, mas pelo governo do Distrito Federal, onde ele ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública durante os acontecimentos de janeiro de 2023.
Segundo o Tribunal, houve indícios de que a PF teria feito um julgamento antecipado das ações de Anderson Torres antes mesmo de finalizar as investigações, comprometendo a imparcialidade do processo. Essa atitude resultou em dúvidas sobre a lisura das apurações e culminou na suspensão do processo disciplinar.
Além disso, a justiça apontou que o direito de defesa de Anderson Torres foi desrespeitado durante o andamento do processo. Com a suspensão decretada, a Corregedoria da PF será obrigada a prestar esclarecimentos ao TRF-1 sobre as circunstâncias que envolveram o processo contra o ex-ministro.
A defesa de Torres alegou que não teve êxito ao solicitar o afastamento do delegado Clyton Eustáquio Xavier, presidente da comissão que conduzia o processo disciplinar. Vale lembrar que Xavier havia sido demitido por Anderson Torres em 2021, quando Torres era ministro da Justiça, o que resultou na redução de R$ 14 mil no salário do delegado. Essa relação anterior foi mencionada pela defesa como um possível fator que poderia comprometer a imparcialidade das investigações.
O ex-ministro Anderson Torres foi preso preventivamente por quatro meses em 2023, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em decorrência de alegada omissão nos atos de 8 de janeiro. Desde então, Torres permanece sob monitoramento eletrônico e o caso segue sem julgamento. Em paralelo, no início deste ano, o Ministério Público Federal optou por arquivar um inquérito por improbidade contra Torres relacionado aos acontecimentos de janeiro.
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