Déficit nas contas externas do Brasil atinge R$ 36 bilhões em agosto
As contas externas do Brasil registraram um déficit de US$ 6,6 bilhões (cerca de R$ 36,2 bilhões) em agosto, conforme apontado pelo Banco Central (BC). Os dados foram divulgados no relatório de estatísticas do setor externo nesta quarta-feira, 25. Esse resultado é significativamente maior em comparação ao déficit de US$ 969 milhões (aproximadamente R$ 5,3 bilhões) registrado em agosto de 2023, representando o pior desempenho para o mês em uma década.
Nos últimos 12 meses, o déficit acumulado nas contas externas chegou a US$ 38,6 bilhões (mais de R$ 212 bilhões), equivalente a 1,75% do Produto Interno Bruto (PIB). Em julho, esse valor era de US$ 33 bilhões (1,49% do PIB) e, em agosto de 2023, de US$ 32,2 bilhões (1,54% do PIB). Esses números refletem um agravamento nas contas externas do país, levantando preocupações sobre a sustentabilidade econômica.
A balança comercial brasileira, que mede a diferença entre exportações e importações de mercadorias, registrou um superávit de US$ 4 bilhões (R$ 21,7 bilhões) em agosto. No entanto, esse valor representa uma queda em relação ao superávit de US$ 8,8 bilhões (R$ 48,3 bilhões) obtido no mesmo período do ano anterior. As exportações somaram US$ 29,2 bilhões (R$ 160,3 bilhões) no mês, uma redução de 6,8% em comparação com agosto de 2023. Já as importações cresceram 12%, totalizando US$ 25,2 bilhões (R$ 138 bilhões).
O déficit na conta de serviços, que inclui gastos com transportes, propriedade intelectual, telecomunicações, computação, informações e viagens internacionais, alcançou US$ 4,7 bilhões (R$ 25,8 bilhões) em agosto. Esse valor representa um aumento de 53,4% em relação ao déficit de US$ 3,1 bilhões (R$ 17 bilhões) registrado no mesmo mês de 2023. As despesas líquidas aumentaram em diversos setores, como transportes (49,3%, US$ 1,5 bilhão), propriedade intelectual (56,4%, US$ 787 milhões) e telecomunicações, computação e informações (44,7%, US$ 580 milhões).
Na conta de renda primária, que inclui pagamentos de lucros, dividendos e juros, o déficit foi de US$ 6,2 bilhões (R$ 34 bilhões) em agosto, uma redução de 12,1% em relação ao déficit de US$ 7 bilhões (R$ 38,4 bilhões) registrado em agosto de 2023. Apesar dessa ligeira melhora, os números ainda são elevados e apontam para um cenário desafiador para as finanças externas brasileiras.
Os dados apresentados pelo Banco Central revelam um quadro econômico delicado, com aumento significativo no déficit das contas externas em agosto. O cenário levanta preocupações sobre a capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros e equilibrar suas finanças externas em um contexto de crescentes desafios econômicos globais e domésticos.
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