MPF descarta omissão de Anderson Torres nos atos de 8 de janeiro
O Ministério Público Federal (MPF) concluiu o inquérito civil que investigava Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, por sua atuação em relação aos eventos de 8 de janeiro, sem identificar indícios de omissão. Torres, que também serviu como Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, foi investigado após determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou em sua prisão por quatro meses e na obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica.
Sob a liderança do procurador Carlos Henrique Martins Lima, a apuração avaliou as ações e possíveis falhas de Torres, concluindo pela ausência de intenção em suas condutas. “Identificaram-se falhas no serviço de inteligência e no fluxo de informações entre os órgãos de segurança, mas não se constatou qualquer ação intencional de Torres para facilitar os atos de vandalismo de 8 de janeiro”, destacou o procurador em sua decisão.
A investigação revelou uma inesperada mudança no perfil dos manifestantes na véspera dos atos, divergindo da conduta pacífica observada nos meses anteriores. “A rápida alteração no comportamento dos participantes não permitiu a Torres e sua equipe adotar medidas eficazes para prevenir as invasões”, apontou Lima, indicando a complexidade do cenário enfrentado pelas autoridades de segurança.
Durante o processo, foram examinadas testemunhas, imagens de câmeras de segurança e documentos oficiais, além de informações de outras investigações. O procurador também analisou as conclusões da CPI do 8 de janeiro, mas não encontrou base suficiente para responsabilizar Torres.
“Embora o relatório da CPI sugerisse o indiciamento, é importante reconhecer seu contexto político. As conclusões refletem, em parte, as intenções políticas dos parlamentares, não constituindo prova cabal de omissão ou conivência de Torres com os atos”, explicou Lima, ressaltando a natureza política do documento.
Carlos Henrique Martins Lima enfatizou a falta de evidências de que Torres tivesse como objetivo permitir a depredação dos edifícios públicos. Pelo contrário, várias ações foram tomadas para reforçar a segurança e limitar o avanço dos atos criminosos. Além disso, Torres não dispunha de informações prévias suficientes que indicassem o potencial belicoso das manifestações antes de sua viagem aos Estados Unidos. Mensagens em seu celular demonstraram esforços para conter os danos e orientar ações preventivas, mesmo à distância.
Anderson Torres segue sob investigação em esfera criminal, com processo em andamento no STF, sob supervisão de Alexandre de Moraes.
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